sábado, 2 de fevereiro de 2008

Retrato

Traslados daquelas costas
Aportadas na visível cortina dos ossos
Os desenhos do espaço arquejando uma vaidade
Antes da inclinação da mulher

Se ela teme, treme-se o córpusculo do ócio,
Do óbvio simulado na postura anti-ereta do bailado

A respiração voltada para o início
Os dedos direcionados para o apontamento
Os simulacros lacrados na cabeça

Traslados daqueles pés
Aportados na invisível linha dos músculos
Os desejos da matéria acenando uma acuidade
Depois da fala da mulher

Se ela sente, rende-se ao crime do bócio
Do dócil estado inventado na perda pós-concreta do pouco sal

Um comentário:

André de Aviz disse...

seu olhar. sobre mim. me tocou.
vc conseguiu me dar tudo q eu queria de leitor: poesia...